quarta-feira, 8 de julho de 2020

O Caçador de Gigantes (Contos de Árian) - Daniel R. Salgado

Publicado em 2006, O Caçador de Gigantes é o primeiro livro dos Contos de Árian, saga épica medieval fantástica criada pelo escritor brasileiro Daniel Rodrigues Salgado. No livro conhecemos a história de Kael, guerreiro bárbaro da Gaéria, terra fictícia inserida na porção norte do primeiro continente de Árian, mundo criado pelo autor. Kael é um guerreiro formidável em batalha e um ótimo estrategista, sendo um homem bruto porém muito fiel a seus amigos e a seu povo.
Ao sul da Gaéria, Nalissa, princesa de Tanória, maior reino do continente, ao chegar ao reino vizinho e aliado, Vaerin, é informada pelo rei Braeden de que uma fera está trazendo caos a seu reino, atacando pessoas e povoados sem conseguir ser dominada por nenhum homem. Apoiada pelo capitão de sua guarda e grande amigo Lucius, a princesa Nalissa decide ajudar Braeden partindo em busca de um guerreiro bárbaro gaério, cujo as lendas contam, trata-se de um matador de gigantes. Nalissa e Lucius após passarem por grandes dificuldades na Gaéria conhecem Kael, de quem as lendas falam junto de alguns de seus companheiros e amigos, entre eles, o lobo Connal, de quem Kael é inseparável, e enquanto a princesa tenta convencer o guerreiro a ajudá-los no reino vizinho, conhece muito de seu povo e sua cultura, aprendendo a os admirar e respeitar. 
Logo o leitor conhece algumas histórias acerca da vida de Kael importantes para o desenrolar dos fatos e os personagens principais são envolvidos em uma trama maior, envolvendo uma profecia, vingança, traições, batalhas sangrentas e uma dose de misticismo, e vemos o que um guerreiro é capaz de fazer quando a vida de sua filha ainda na barriga de sua mãe é ameaçada.

1ª edição do livro, pela editora Novo Século

O mundo que o autor criou para ambientar suas histórias é inspirado em mitologias antigas e existentes, sendo que em cada local específico do continente há uma dessas culturas dominantes, onde as pessoas cultuam seus deuses e usam vestimentas típicas fazendo referência às mesmas, além da aparência física dos habitantes que também muda conforme a localidade. Nos reinos considerados civilizados que conhecemos ou foram citados, Tanória, Vaerin e Mératon, predomina a cultura grega, onde Zeus é cultuado como o maior e mais importante deus. Na Gaéria, terra de Kael, os habitantes assemelham-se aos celtas, chamando a Mãe Terra de Danu, respeitando muito os animais e a natureza, tendo druidas e acreditando em outros deuses dessa mitologia, como Morrighan. Conhecemos um habitante de terras localizadas mais ao oriente, um cigano que conta sobre a cultura de um local que muito assemelha-se ao Egito mas parece ser de origem árabe e ainda são introduzidos alguns viking de Midgard, terra vizinha da Gaéria onde visivelmente domina a cultura nórdica. Nas primeiras páginas do livro é encontrado o mapa do continente que muito auxilia o leitor a situar-se, artifício comum e muito necessário em épicos com mundos fictícios.
A narrativa é muito bem escrita, porém a leitura é descomplicada, prendendo a atenção do leitor do início ao fim. Muito indicada para quem aprecia uma boa história de ficção medieval / fantasia de qualidade.

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